Por vezes somos obrigados a crescer sem querer...


Ouve bem...

Ouve bem!
Está aqui a palavra que percorre o meu ser,
a palavra que te quer contente.

Imaginei o sol das mais diferentes cores
e resolvi atirar-lhe uma corda e trazê-lo até mim.

Ergui-o como de uma taça se tratasse.
Era a luz.
Está nela tudo o que precisamos para ver o caminho.
Para que percebamos que, por vezes,
cortar a direito é voltar ao cabo das tormentas.

Eu, já cortei muitas vezes a direito,
seguindo na escuridão
aquilo que a presença dos deuses me dizia.

Fui ali, corri, saltei e brinquei,
e voltei sempre à casa.

É no meu quarto que estão os meus brinquedos,
é lá onde estão muitas das minhas lágrimas,
muitas das minhas loucuras
e o devaneio das minhas paixões.

Junto aos super-heróis de plástico
guardei muito de mim.
Escrevi frases, o meu diário e talvez este poema.

Sabes o que acho?
Por vezes somos obrigados a crescer sem querer
e caímos sem que nos empurrem,
deixamos para trás uma criança que tanto esteve em nós,
habituamo-nos ao mundo a sério.

Compramos a camisa, outros a gravata
e vamos sorrindo ou aprendendo a sorrir,
e dizem que nos fizemos homens.

Mas, dizem que nas crianças está a luz.
Ouve bem!

Imagina.

Imagina o sol das mais diferentes cores,
atira-lhe uma corda e trá-lo para junto de ti.

Teixeira Paulo

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